Fazer uma oferta parece algo simples: você propõe, o outro avalia e decide. Mas quem já precisou convencer alguém a aceitar uma ideia, comprar um produto, contratar um serviço ou aprovar um projeto, sabe que fazer uma boa oferta é uma arte. E, nessa arte, a forma como você se comunica tem impacto direto no resultado.
Por isso, a comunicação assertiva se torna uma ferramenta essencial para propor, negociar e influenciar de maneira eficaz e respeitosa.
Neste artigo, vamos entender o que é uma oferta assertiva, como estruturar esse tipo de comunicação, quais são os erros mais comuns ao apresentar propostas e como aplicar a assertividade para aumentar suas chances de aceitação e engajamento em qualquer contexto — seja em uma reunião de negócios, uma conversa com a equipe ou uma negociação com um cliente.
A The Speaker é referência em comunicação estratégica, e sabemos que uma boa ideia mal comunicada é uma oportunidade perdida. A assertividade é o elo que transforma intenção em influência. Vamos a fundo nesse tema?
O que significa fazer uma oferta?
No contexto da comunicação, fazer uma oferta é apresentar ao outro uma proposta com potencial de gerar valor mútuo. Pode ser:
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Uma proposta de trabalho;
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Uma sugestão de melhoria;
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Um novo serviço ou produto;
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Um convite para parceria;
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Uma solução para um problema;
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Uma proposta de negociação, entre outros.
A oferta, nesse sentido, não se resume à venda comercial, mas a qualquer tentativa de propor algo esperando uma resposta afirmativa.
E aqui está a questão: muitas pessoas têm medo de fazer ofertas. Sentem-se inseguras, receiam parecer insistentes ou invasivas, têm dificuldade em se posicionar com clareza e acabam sendo vagas, hesitantes ou submissas. Em alguns casos, apelam para a agressividade — e, ao invés de engajar, afastam o interlocutor.
É nesse ponto que entra a comunicação assertiva.
O que é comunicação assertiva?
A comunicação assertiva é aquela que expressa pensamentos, sentimentos, desejos e necessidades de forma clara, direta e respeitosa, levando em conta tanto os próprios interesses quanto os da outra parte.
Ela se equilibra entre dois extremos:
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A comunicação passiva, onde a pessoa evita se posicionar, tem medo de desagradar ou se anula.
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A comunicação agressiva, que impõe ideias, desrespeita limites e gera resistência.
A assertividade, portanto, é o caminho do meio: firmeza com empatia. Clareza com sensibilidade. Posicionamento com abertura.
Em uma oferta assertiva, o emissor:
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Comunica com convicção;
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Explica os benefícios com objetividade;
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Demonstra segurança e preparo;
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Escuta com atenção o outro lado;
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Cria um ambiente de cooperação.
Por que a assertividade é essencial ao fazer ofertas?
Toda oferta tem um objetivo: ser aceita. E para que isso aconteça, o interlocutor precisa:
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Entender o que está sendo proposto;
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Acreditar que vale a pena considerar;
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Sentir segurança em quem propõe;
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Se sentir respeitado e considerado.
A comunicação assertiva contribui para todos esses fatores. Ela melhora a clareza, transmite credibilidade, demonstra respeito e cria abertura para diálogo. Sem esses elementos, mesmo a melhor proposta do mundo pode ser ignorada ou recusada.
Vamos ver exemplos práticos?
Exemplo de oferta passiva:
“Oi, eu pensei em talvez apresentar uma ideia, mas não sei se é o melhor momento… enfim, não é nada demais, só queria sugerir algo, se for possível…”
Essa forma de comunicar não gera impacto, demonstra insegurança e convida à rejeição.
Exemplo de oferta agressiva:
“Você precisa aceitar isso. É a melhor opção. Se não fizer, está perdendo tempo.”
Aqui, a fala cria resistência, desrespeita a autonomia do outro e fecha o diálogo.
Exemplo de oferta assertiva:
“Gostaria de apresentar uma proposta que acredito que pode contribuir para os seus resultados. É uma solução que já trouxe resultados positivos para empresas do seu setor. Podemos conversar sobre isso?”
Esse modelo cria um espaço seguro e respeitoso para a conversa, mantendo firmeza e abertura ao mesmo tempo.
Os pilares de uma oferta assertiva
Para estruturar uma oferta com assertividade, é preciso trabalhar com quatro pilares:
1. Clareza
Você precisa ser claro sobre o que está oferecendo. A clareza elimina dúvidas, facilita a compreensão e transmite confiança. Seja direto sobre:
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O que está propondo;
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Para quem é;
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Quais os benefícios;
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O que espera do interlocutor.
Evite rodeios, justificativas excessivas e termos vagos.
Exemplo: “Gostaria de propor uma consultoria de comunicação de três meses para preparar sua equipe de líderes para apresentações públicas.”
2. Convicção
Você precisa acreditar no que está oferecendo. A convicção se comunica no tom de voz, na postura, nas palavras e no olhar. O interlocutor percebe — e isso influencia diretamente na decisão dele.
Dúvida gera dúvida. Segurança inspira confiança.
Dica prática: pratique sua proposta antes, simule a fala, conheça os pontos fortes e esteja preparado para possíveis objeções.
3. Respeito
Não adianta falar com firmeza e atropelar o outro. A assertividade exige respeito pela opinião, tempo e contexto do interlocutor. Mostre que você está atento ao que ele diz, disposto a ouvir, e aberto ao diálogo.
Frases que transmitem respeito:
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“Gostaria de ouvir o que você pensa sobre isso.”
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“Caso queira refletir com calma, posso te enviar um material por e-mail.”
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“Fique à vontade para me dizer se esse é um bom momento ou não.”
4. Foco no benefício
Toda oferta precisa responder à pergunta que está na cabeça do interlocutor: “E eu ganho o quê com isso?”
Não fale apenas sobre o que você quer. Mostre o valor que o outro recebe com sua proposta. Isso torna a comunicação mais persuasiva e centrada no outro.
Exemplo: “Com esse treinamento, sua equipe vai se comunicar com mais clareza, reduzir ruídos internos e ganhar mais confiança nas reuniões com clientes.”
Estrutura prática para apresentar uma oferta assertiva
Você pode seguir uma estrutura simples, adaptável a qualquer contexto:
1. Contextualização breve
Comece situando o cenário com uma frase introdutória objetiva:
“Nos últimos meses, tenho observado um desafio recorrente nas apresentações da equipe…”
2. Apresentação da proposta
Declare, de forma clara e direta, o que está sendo proposto:
“Gostaria de propor um workshop prático de dois dias para desenvolver a comunicação dos líderes, com foco em presença, clareza e impacto.”
3. Apresentação dos benefícios
Mostre o que o outro ganha com isso:
“Esse tipo de treinamento costuma gerar melhora na performance de reuniões estratégicas e fortalece a imagem da liderança.”
4. Convite para o próximo passo
Finalize com uma chamada à ação aberta, respeitosa e objetiva:
“Você acha interessante conversarmos mais sobre isso agora ou prefere agendar um horário específico?”
Erros comuns ao fazer ofertas (e como evitá-los)
Mesmo profissionais experientes cometem erros que sabotam a eficácia da comunicação. Veja os principais:
1. Usar linguagem vaga
Frases como “mais ou menos assim…”, “tipo…”, “coisa assim” reduzem a clareza e o impacto. Substitua por termos concretos.
Antes: “Eu pensei em talvez ajudar com algo de comunicação…” Depois: “Proponho aplicar um programa de treinamento de oratória para os gestores da área comercial.”
2. Pedir desculpas por se posicionar
Evite expressões como “desculpa te incomodar”, “sei que é meio chato falar disso”, “desculpa a ousadia…”.
Você tem direito de apresentar propostas. Isso não é incômodo — é contribuição. Retire a culpa do discurso.
3. Enrolar para chegar ao ponto
Se você demora para dizer o que quer, o interlocutor se desconecta. Vá direto ao ponto, com cordialidade.
Antes: “Então, queria te dizer algo que venho pensando há algum tempo e que talvez seja interessante, mas claro, só se for o momento certo…” Depois: “Gostaria de propor uma consultoria em comunicação interna para resolver o desafio que você mencionou na reunião passada.”
4. Falar de forma robótica ou mecânica
Falar com roteiro decorado e sem emoção gera desengajamento. Traga verdade, entusiasmo e espontaneidade à fala. A emoção convence tanto quanto a lógica.
5. Não escutar o outro
Apresentar uma proposta sem ouvir o outro lado é como tentar vender um casaco sem saber se o outro está com frio. A escuta é parte fundamental da oferta assertiva.
Comunicação assertiva: onde aplicar?
A habilidade de fazer ofertas assertivas pode transformar sua comunicação em várias áreas:
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Vendas: apresentar soluções com clareza e foco no valor gerado;
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Liderança: propor mudanças, ajustes ou metas de forma firme e respeitosa;
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Carreira: negociar salário, promoções ou oportunidades com convicção;
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Relacionamentos interpessoais: expressar necessidades sem culpar ou atacar;
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Empreendedorismo: apresentar propostas de parceria, orçamento ou pitch de investimento com confiança e objetividade.
A assertividade é uma competência essencial em qualquer posição de influência.
Como desenvolver a assertividade?
Assertividade não é dom — é habilidade treinável. Alguns passos para desenvolver essa habilidade:
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Faça treinamentos de oratória e comunicação (como os da The Speaker);
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Treine a escuta ativa;
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Peça feedbacks sinceros sobre sua postura e fala;
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Trabalhe o autoconhecimento para entender suas emoções ao se comunicar;
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Pratique dizer “não” com respeito — é um exercício clássico de assertividade.
Conclusão
Fazer ofertas usando a comunicação assertiva é uma competência poderosa. Ela permite que você se posicione com clareza, defenda suas ideias com confiança e estabeleça relações baseadas em respeito mútuo e valor compartilhado.
Seja em vendas, liderança, reuniões ou apresentações, a maneira como você propõe pode ser a diferença entre ser aceito ou ignorado. A assertividade te dá ferramentas para expressar o que deseja sem medo, sem excesso e sem imposições — apenas com a força de uma comunicação limpa, respeitosa e eficaz.
Na The Speaker, você aprende a transformar suas ideias em fala de impacto, com método, prática e segurança. Porque uma boa ideia só faz diferença quando é bem comunicada — e isso começa com a forma como você a oferece ao mundo.