Como dar feedbacks construtivos e motivadores

Livia Bello

| CEO The Speaker

Muito prazer, meu nome é Lívia Bello, sou CEO e Fundadora da The Speaker, uma empresa que é referência em comunicação e oratória no Brasil.

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Como dar feedbacks construtivos e motivadores

Dar feedbacks é uma das competências mais importantes da comunicação interpessoal, especialmente em ambientes corporativos, educacionais e de liderança. Saber como oferecer um retorno que não apenas aponte melhorias, mas que também motive e encoraje o outro, pode transformar equipes, relacionamentos e desempenhos. Em uma escola de oratória e comunicação, esse tema é especialmente relevante, pois envolve o domínio da linguagem, da escuta ativa, da empatia e da assertividade.

Neste artigo, vamos explorar o conceito de feedback, os tipos existentes, a estrutura ideal de um feedback construtivo e motivador, e como adaptá-lo para diferentes contextos, sempre com foco em desenvolver uma comunicação eficiente, humana e estratégica.

O que é feedback e por que ele é essencial

O termo feedback vem do inglês e significa “retroalimentação”. Em comunicação, feedback é o retorno que damos a alguém sobre algo que ela fez ou disse. Pode ser positivo, negativo, construtivo, destrutivo ou neutro. A função do feedback é gerar aprendizado, ajuste de comportamento e evolução.

Quando o feedback é feito de forma adequada, ele contribui para a melhoria contínua, aumenta o engajamento, fortalece os vínculos e cria um ambiente de confiança. Já o feedback mal aplicado pode gerar ressentimento, desmotivação e até conflitos interpessoais.

Em contextos como treinamentos de oratória, apresentações públicas e comunicação entre líderes e equipes, o feedback tem papel crucial no desenvolvimento das habilidades do comunicador.

Os diferentes tipos de feedback

Antes de falarmos sobre como dar feedbacks construtivos e motivadores, é importante entender os diferentes tipos existentes:

Feedback positivo

É aquele que reforça comportamentos desejados, reconhecendo atitudes, ações ou desempenhos que trouxeram bons resultados. Esse tipo de feedback motiva, engaja e reforça a autoconfiança.

Exemplo: “Sua apresentação foi clara, envolvente e bem estruturada. Você demonstrou domínio do conteúdo e usou os recursos visuais com equilíbrio. Parabéns!”

Feedback corretivo

É usado quando há necessidade de ajuste ou melhoria em alguma ação ou comportamento. Deve ser dado com cuidado para não soar como crítica destrutiva.

Exemplo: “Notei que durante sua apresentação você evitou contato visual com o público em alguns momentos. Isso pode comprometer a conexão com a plateia. Que tal treinar esse aspecto para as próximas vezes?”

Feedback destrutivo

É aquele que não tem objetivo claro de ajudar o outro a melhorar, e sim desqualificar, humilhar ou agredir emocionalmente. Deve ser evitado em qualquer circunstância.

Exemplo: “Você falou muito mal. Deu vergonha alheia.”

Feedback neutro

É vago, genérico e pouco útil. Pode deixar a pessoa confusa, sem saber o que fez certo ou errado.

Exemplo: “Foi bom, mas poderia ter sido melhor.”

A importância do tom e da intenção

O sucesso de um feedback não está apenas no que se diz, mas principalmente em como se diz. O tom de voz, a linguagem corporal e a intenção por trás das palavras têm enorme impacto na forma como o feedback será recebido.

Ao dar um feedback construtivo e motivador, é essencial manter um tom respeitoso, acolhedor e objetivo. A intenção deve ser sempre a de colaborar com o crescimento do outro, e não de expor suas falhas.

A comunicação não verbal representa uma grande parte da mensagem. Um olhar empático, uma postura aberta e um sorriso leve podem fazer toda a diferença para que o feedback seja acolhido com receptividade.

Quando dar feedbacks: o momento certo importa

Saber o momento certo para dar um feedback é tão importante quanto saber como estruturá-lo. Em geral, o ideal é que o feedback seja dado o mais próximo possível do fato ocorrido, para que a memória esteja fresca e o contexto ainda relevante.

No entanto, nem todo momento é apropriado. Se a pessoa estiver visivelmente abalada, nervosa ou ocupada, pode não ser o melhor instante. Feedbacks mais delicados devem ser feitos em particular e com tempo suficiente para que se possa conversar com calma.

Como estruturar um feedback construtivo e motivador

Uma das formas mais conhecidas de estruturar um bom feedback é o modelo SBI (Situação – Comportamento – Impacto). Vamos detalhá-lo abaixo:

Situação

Descreva de forma objetiva o contexto em que o comportamento ocorreu. Isso ajuda a delimitar o cenário e evitar generalizações.

Exemplo: “Na apresentação de hoje pela manhã…”

Comportamento

Relate o comportamento específico que você observou, sem julgamentos ou interpretações.

Exemplo: “…você manteve contato visual com o público e usou exemplos práticos para ilustrar seus argumentos…”

Impacto

Mostre o efeito que aquele comportamento teve, seja positivo ou negativo.

Exemplo: “…isso ajudou a prender a atenção da audiência e facilitou a compreensão do conteúdo.”

Se o objetivo for corrigir algo, use esse modelo para apontar o que pode ser melhorado, sempre com foco na ação e não na pessoa.

Exemplo: “Notei que durante a explicação sobre os dados estatísticos, você falava muito rápido. Isso dificultou um pouco o entendimento. Uma sugestão seria controlar melhor o ritmo de fala.”

A importância da escuta ativa no processo de feedback

Dar feedback não é um monólogo. É um diálogo. Por isso, é essencial praticar a escuta ativa, ou seja, ouvir com atenção plena, sem interromper, julgar ou preparar mentalmente uma resposta enquanto o outro fala.

Quando você ouve com empatia e genuíno interesse, cria um ambiente de confiança e mostra respeito pela perspectiva do outro. Muitas vezes, a pessoa tem motivos para ter agido de determinada forma, e isso pode ser revelado apenas quando ela tem espaço para falar.

Durante um feedback, pergunte: “Como você se sentiu em relação à apresentação?” ou “Você percebeu esse ponto também?”. Essas perguntas abrem o canal da comunicação e tornam o feedback mais colaborativo.

Como dar feedbacks em contextos de oratória

Em uma escola de oratória e comunicação, os feedbacks são parte fundamental do processo de aprendizagem. Eles ajudam os alunos a identificar pontos fortes e aspectos a melhorar, acelerando seu desenvolvimento.

Nesses contextos, é importante que o feedback seja:

  • Específico: “Você usou variações vocais para enfatizar pontos importantes. Isso ajudou muito na expressividade.”

  • Equilibrado: Combine observações positivas com sugestões de melhoria.

  • Focado no desempenho: Evite comentários sobre características pessoais. Fale sobre atitudes, comportamentos e resultados.

  • Motivador: Encerre sempre com uma mensagem de incentivo ao progresso e ao aprimoramento contínuo.

Erros comuns ao dar feedbacks

Mesmo com boas intenções, é comum cometer erros na hora de dar feedbacks. Veja os mais frequentes:

Focar apenas no negativo

Ao destacar só os erros, o receptor pode se sentir desvalorizado. Equilibrar com pontos positivos aumenta a receptividade.

Usar rótulos e julgamentos

Frases como “você é desorganizado” ou “você é inseguro” são julgamentos que atacam a identidade da pessoa, em vez de apontar comportamentos específicos.

Ser genérico demais

Feedbacks vagos como “você precisa melhorar” não ajudam. É preciso apontar exatamente o que deve ser ajustado e como.

Comparar com outras pessoas

Evite comparações. Dizer “fulano faz melhor que você” é desrespeitoso e desnecessário.

Dar feedback em público

Feedbacks corretivos devem ser sempre dados em particular. Fazer isso em público pode humilhar a pessoa.

Como adaptar o feedback ao perfil do receptor

Nem todo mundo reage ao feedback da mesma forma. Algumas pessoas são mais sensíveis, outras mais racionais. Algumas valorizam elogios, outras querem foco na melhoria. Por isso, adaptar a linguagem e o tom ao perfil do interlocutor é essencial.

Observe como a pessoa costuma reagir a críticas, que tipo de linguagem ela usa, se prefere mensagens mais diretas ou mais diplomáticas. Quanto mais você conhecer o perfil dela, maior a chance de o feedback ser bem recebido.

O papel da empatia no feedback motivador

Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, compreendendo sua perspectiva. No processo de feedback, ela é indispensável. Antes de dar um retorno, pergunte-se:

  • Como essa pessoa vai se sentir ao ouvir isso?

  • Existe uma forma mais cuidadosa de abordar esse ponto?

  • O que ela precisa escutar para evoluir, sem se desmotivar?

Ser empático não significa esconder os pontos a melhorar, mas sim comunicá-los com respeito e sensibilidade.

Feedbacks e a cultura organizacional

Empresas com cultura de feedback são mais inovadoras, produtivas e humanas. Quando o feedback se torna um hábito, e não uma exceção, cria-se um ambiente de aprendizado constante.

Para isso, líderes devem dar o exemplo, oferecendo e recebendo feedbacks de forma natural. Quanto mais essa prática for incentivada, mais saudável será a comunicação interna.

Como pedir e receber feedbacks

Saber dar feedback é fundamental, mas saber pedi-los e recebê-los também é uma competência essencial.

Ao pedir um feedback, seja claro: “Gostaria de saber o que você achou da minha apresentação. Tem algo que eu poderia melhorar?”. Isso demonstra maturidade e abertura ao crescimento.

Ao receber, escute com atenção, agradeça, reflita e, se fizer sentido, coloque em prática. Evite justificar ou rebater na hora. O importante é transformar o retorno em aprendizado.

Perguntas e respostas sobre feedback construtivo e motivador

Qual é a diferença entre crítica e feedback?
A crítica geralmente tem um tom negativo, é genérica e tende a focar na falha. O feedback é orientado para o desenvolvimento, é específico e visa colaborar com a melhoria do outro.

Como saber se o feedback foi bem recebido?
Observe a reação da pessoa. Se ela demonstra receptividade, agradece e até complementa com suas percepções, é sinal de que o feedback foi bem comunicado. O ideal é sempre abrir espaço para que ela compartilhe como se sentiu.

Posso dar feedback por mensagem escrita?
Sim, mas com cautela. Feedbacks mais delicados devem ser preferencialmente presenciais ou, no mínimo, por chamada de vídeo. Escrito, o tom pode ser mal interpretado. Se optar por essa via, seja extremamente claro e cuidadoso na escolha das palavras.

É possível motivar alguém mesmo apontando erros?
Sim. Quando o feedback é dado com respeito, foco no comportamento e proposta de solução, ele pode ser altamente motivador. Mostrar confiança na capacidade da pessoa de evoluir é o que faz toda a diferença.

Devo sempre começar pelo elogio?
É recomendável, mas não obrigatório. Começar por um ponto positivo ajuda a preparar o terreno emocional para o que virá a seguir. No entanto, o mais importante é a sinceridade e o equilíbrio entre reforço e sugestão.

Conclusão

Dar feedbacks construtivos e motivadores é uma habilidade que todo bom comunicador deve desenvolver. Mais do que uma técnica, é um exercício de empatia, responsabilidade e intenção positiva. Seja em uma empresa, em um curso de oratória ou em qualquer relação humana, saber oferecer um retorno que promova crescimento e fortaleça vínculos é uma das formas mais poderosas de transformar pessoas e ambientes.

Ao longo deste artigo, vimos que um bom feedback deve ser específico, respeitoso, equilibrado e focado no comportamento. Quando bem feito, ele motiva, desenvolve e aproxima. Quando mal feito, pode causar o efeito oposto.

Por isso, que tal colocar em prática o que você aprendeu aqui? Observe, escute, escolha bem as palavras, ofereça apoio e incentive o outro a ir além. A comunicação é uma via de transformação — e o feedback é uma de suas ferramentas mais eficazes.

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