O Direito e a oratória sempre tiveram uma relação próxima. Tanto é assim que, por muito tempo, profissionais dessa área eram vistos como aqueles que tinham “o dom da fala” ou mesmo “o dom da persuasão”.
Ainda assim, grande parte das faculdades de Direito – tanto públicas como da iniciativa privada – não dão à oratória (e todas as suas técnicas) a importância que deveria ter. Com isso, todos os anos, profissionais de excelente saber teórico e prático chegam ao mercado, mas sem saber lidar com situações de exposição de fala, parte essencial da profissão.
No que se refere à comunicação pensada especificamente no âmbito do Direito, são vários os itens que precisam ser aprimorados. Um deles é romper com a ideia de que falar bem é falar difícil, logrando, com isso, se comunicar com pessoas que não pertencem à área jurídica e fazer isso de uma forma acessível e contundente.
Outro, por sua vez, faz parte da retórica e impacta diretamente em contextos nos quais é preciso convencer alguém sobre algo: seja na apresentação de um caso, na defesa de um cliente, em uma reunião com outros advogados, na intermediação de conflitos…
Por tudo isso, a procura por treinamentos em comunicação e oratória tem crescido significativamente no Brasil. Neste artigo, além de abordar as vantagens de treinamentos desse tipo, separei as principais técnicas de oratórias para advogados, a fim de que você possa lapidar a maneira como tem se comunicado com as pessoas ao seu redor. Boa leitura!
Técnicas de oratória que todo advogado precisa saber: quais são elas?
– Utilizar o mapa mental para ordenar o raciocínio
Organizar o próprio pensamento é a chave para uma comunicação mais assertiva com os demais. Nas situações de exposição de fala comuns no dia a dia de advogados, saber ordenar o raciocínio rapidamente é uma competência primordial. Nesse sentido, o mapa mental é uma ferramenta altamente eficaz e que auxilia na criação de uma progressão lógica para garantir que tudo o que fizer parte do conteúdo falado seja relevante e esteja relacionado aos demais tópicos.
– Dialogar com pessoas de outras áreas e nichos
O “juridiquês”, como se costuma dizer por aí, é visto como um conjunto de palavras e expressões pouco acessíveis para pessoas que não têm formação na área do Direito. Sendo assim, um dos desafios dos advogados e outros profissionais da área é, justamente, conseguir dialogar com quem não é do mesmo nicho, logrando dosar o uso de expressões técnicas para transmitir o conteúdo de uma forma compreensível e interessante aos demais. Essa competência é essencial no contato com clientes, por exemplo, e facilita (e muito) a comunicação e a execução de determinado projeto, seja ele qual for.
– Dominar estratégias para aproximar-se do público
“Público” é, em suma, aqueles com quem dialogamos. Se se tratar de uma apresentação, por exemplo, o público são as pessoas da plateia. Em audiências, o público pode incluir testemunhas, juiz, promotores e membros do júri. No dia a dia, o público é composto pelos seus clientes, seus liderados ou líderes. Dito isso, dominar estratégias para se aproximar dessas pessoas (seu público) é fundamental. Saber adaptar a própria comunicação de acordo com quem se dialoga e escolher as melhores abordagens são competências importantíssimas para advogados.
– Saber persuadir
Argumentar e contra-argumentar são habilidades importantes para profissionais de todas áreas. Mas, quando se tratam daqueles que atuam na área jurídica, essas competências passam a ter um valor ainda maior. Persuadir (ou seja, a capacidade de convencimento) é um requisito para lograr uma determinada ação, como, por exemplo, que os outros tomem uma determinada decisão. A oratória e a retórica têm técnicas eficientes nesse sentido. Logo, conhecê-las e saber aplicá-las é uma demanda que precisa ser levada em consideração por aqueles que se dedicam ao Direito.
– Utilizar a linguagem não-verbal
Em todo processo comunicativo, há uma dinâmica não-falada. Nessa dinâmica, se incluem, principalmente, os gestos, os olhares, as expressões faciais, a postura e a impostação vocal. Ao desenvolver e aprimorar habilidades de oratória direcionadas para essa linguagem não-verbal, o que se logra é garantir que exista harmonia entre o que se diz e o que se demonstra através dos elementos da dinâmica não-falada. Sabendo que a comunicação se dá em diversos níveis, dominar essa competência é fundamental, especialmente para advogados e outros profissionais da área jurídica.
O que um treinamento em oratória pode fazer pela sua carreira jurídica?
Como mencionado no começo deste artigo, a procura por treinamentos que impulsionem a comunicação interpessoal tem crescido entre advogados e outros profissionais ligados à área jurídica. Mas o que um treinamento desse tipo pode fazer pela sua carreira?
– Trilhar o caminho para perder o medo de situações de exposição de fala
Um treinamento em oratória, feito por profissionais competentes, dá acesso a uma diversidade de técnicas para lidar com situações de exposição de fala, incluindo audiências, apresentações em público, reuniões com clientes, entre outras. Sabendo que o medo de falar em público é, na maioria das vezes, o resultado da falta de preparo e de conhecimentos nessa área, participar desse tipo de curso é uma forma de perder essa fobia, rompendo um padrão negativo em situações que exigem uma boa comunicação.
– Aprimorar a retórica e suas estratégias
Desenvolver técnicas para uma comunicação pessoal mais dinâmica, eficiente e atrativa inclui aprimorar as estratégias ligadas à retórica. Saber elaborar, rapidamente, uma argumentação consistente e eficaz é imprescindível para convencer as pessoas sobre determinado assunto. Em treinamentos de oratória, essas técnicas são trabalhadas e lapidadas, para que o profissional do Direito desenvolva sua capacidade de convencimento.
– Transmitir uma melhor imagem profissional
A comunicação pessoal tem impactos diretos na maneira como os outros nos veem. Em algumas áreas e profissões, como a advocacia, transmitir uma imagem de liderança é um diferencial em momentos-chave. Em treinamentos de oratória, ao impulsionar as habilidades ligadas à comunicação verbal e não-verbal, o que se logra é, justamente, expressar-se como um formador de opiniões, como um líder. Isso significa transmitir confiança, competência, sabedoria e outras qualidades essenciais para persuasão.