Oratória de grandes líderes: a inovação de Steve Jobs

Livia Bello

| CEO The Speaker

Muito prazer, meu nome é Lívia Bello, sou CEO e Fundadora da The Speaker, uma empresa que é referência em comunicação e oratória no Brasil.

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Oratória de grandes líderes: a inovação de Steve Jobs

“Sempre me olho no espelho pela manhã e me pergunto: se hoje fosse o último dia da minha vida, eu desejaria mesmo estar fazendo o que faço? Caso a resposta seja ‘não’ por muitos dias consecutivos, é preciso mudar alguma coisa”.

 

Olá, Speaker! 

Steve Paul Jobs, ou apenas Steve Jobs como o conhecemos, não revolucionou somente o mundo da tecnologia. Na comunicação, o seu estilo extremamente eficaz o coloca no podium dos comunicadores mais importantes da história e que, ainda hoje, influencia speakers de todo o mundo. 

Assertividade, simplicidade e planejamento são três dos alicerces principais do estilo de Jobs. Tudo, absolutamente tudo, era planejado em suas apresentações – inclusive, os momentos que pareciam ser improvisados. Uma performance sóbria e eficiente, aliada a um conteúdo minimamente preparado, era a sua fórmula principal. 

Não é por acaso que dividimos essa análise da oratória de Steve Jobs em três pontos. Em suas falas, incluindo o famoso discurso que fez para os formandos de Stanford, em 2005, Jobs costumava organizar seu conteúdo em três partes, em três histórias. E essa estratégia, o “número mágico de Jobs”, se mostrou muito eficiente.

Vejamos, então, o que faz da oratória de Steve Jobs um marco para a comunicação moderna:

Assertividade

Há muitas definições de assertividade. Uma das mais aceitas, no entanto, é a que a considera como a habilidade de transmitir informações e opiniões de um modo claro, sem dar muitas voltas no assunto e sem deixar transparecer quaisquer tipos de dúvidas. O famoso “ir direto ao ponto”. 

A assertividade é uma competência emocional própria de grandes comunicadores, como Jobs. São muitas as características de Jobs que demonstram os porquês de a assertividade ser um dos três pilares da sua oratória. Tais características vão desde a escolha do conteúdo até a linguagem não-verbal.

  • Linguagem não verbal: a apresentação do Ipod Nano

Há uma grande quantidade de vídeos com apresentações e discursos de Steve Jobs. Ao assisti-las, não é difícil notar que ele domina a sua linguagem não-verbal. A movimentação no palco, os gestos, as mudanças no tom de voz: tudo está harmonizado e, muito provavelmente, foi minuciosamente planejado com antecedência. 

 “Vocês já pararam para pensar para que serve esse bolso aqui? Agora nós sabemos, porque esse é o iPod nano”.

A linguagem não-verbal faz parte da dinâmica não falada de todo processo comunicacional e significa, em suma, o que comunicamos além das palavras. Um dos exemplos mais clássicos é a apresentação do Ipod Nano. Jobs simplesmente tirou o minúsculo (pelo menos, para a época) aparelho do bolso: uma imagem que, de fato, valeu mais que mil palavras. 

O uso de pausas, como quem estava procurando pela palavra certa para usar em seguida, é outra das características marcantes da oratória de Jobs. 

  • Seleção de informações e escolha de dados

A assertividade de Jobs também está na escolha das informações que transmite a sua audiência. Se você assistir atentamente a um dos seus discursos, verá que não há nada “sobrando”, isto é, tudo o que foi incluído desempenha um papel. 

Isso é muito mais do que ir direto ao ponto, mas, sim, organizar o conteúdo de tal forma que ele se torne compacto e eficiente ao mesmo tempo. Como fazer isso? Bem, sem dúvidas, esse alto grau de assertividade está intimamente ligado ao planejamento prévio, como veremos a seguir. 

Planejamento

Existem muitas análises da comunicação de Steve Jobs e todas destacam o planejamento prévio como um dos pontos chave para discursos e apresentações tão impactantes e eficientes em seus propósitos.

“Eu estou convencido de que metade do que separa os empreendedores bem-sucedidos dos não sucedidos é pura perseverança.”

O próprio Jobs afirmava passar horas praticando antes de uma apresentação ou discurso. Todo esse tempo de treinamento fazia com que ele se familiarizasse ainda mais com o conteúdo e fosse capaz de transmiti-lo com maior espontaneidade. 

Praticamente tudo era pensado com antecedência: gestos, movimentação no palco, momentos de interação com o público, uso do humor. Assista a alguma apresentação e Jobs e veja os trechos improvisados: é MUITO provável que esses tais “improvisos” tenham sido planejados e praticados por ele. 

Simplicidade

Quando falamos em Steve Jobs, muitos de nós imediatamente pensamos na imagem do homem de óculos discretos e vestido com uma habitual camiseta preta e um jeans. E aí está um dos exemplos da simplicidade que citamos aqui.

A simplicidade/neutralidade da sua roupa se estendia a outros aspectos das apresentações, como, por exemplo, a parte visual, isto é, o uso de slides e o cenário que decidia usar. 

O cenário das exposições de Jobs era sóbrio, com poucos objetos além do púlpito – ou nem mesmo ele, em alguns casos. Atualmente, esse modelo é utilizado em grandes conferências, como as TEDx. 

Os slides, por sua vez, estavam longe de servir como “muletas” para a fala: eram um plus, um complemento. Vale lembrar que, nos slides, Jobs costumava usar imagens – e não textos. Essa estratégia é muito eficiente até hoje. 

“O simples pode ser mais difícil de fazer do que o complexo; você tem que trabalhar duro para clarear seu pensamento a fim de torná-lo simples.”

Como disse o próprio Jobs na citação acima, chegar até o simples é um processo. Na comunicação especificamente, requer lapidar o conteúdo, isto é, selecionar dados, rever discursos, organizar trechos… 

Precisamos destacar, ainda, a capacidade de abordar assuntos de nicho, como a tecnologia, sem ser excessivamente tecnicista. Esse é um desafio para profissionais de diversas áreas, que precisam aprender a dialogar tanto com o público do seu próprio nicho quanto de outros. 

No mais, 

 “Tenham a coragem de seguir seu coração e suas intuições, porque eles de alguma maneira já sabem o que vocês realmente desejam se tornar. Tudo mais é secundário”.

Até a próxima, Speaker! 

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